Essa semana começou nos EUA a cúpula pela democracia, evento promovido pelo Presidente americano Joe Biden e que contará com a presença virtual dos líderes de mais de 100 países. Nela, serão discutidos todos os aspectos relacionados a uma democracia justa e também a falta desses aspectos em algumas nações. O Brasil, embora tenha sido considerado pelo Observatório de Direitos Humanos (HRW), como um país que vive atualmente um regime autocrático, juntamente a outros países como: Venezuela, Turquia, Egito, entre outros, também foi convidado, e o Presidente Bolsonaro irá discursar na reunião provavelmente para reafirmar a crença de que somos um país legitimamente democrático. Essa nossa capacidade de crer ou não crer nas coisas, se desenvolve desde o momento em que nascemos. Quando jogados ao mundo, somos bombardeados por uma série de informações e sensações, que vai com o decorrer do tempo moldando nossa capacidade de raciocínio, emotividade e capacidade de convivência social. Essa dinâmica natural decorrente da vida, estrutura nossa personalidade conforme os critérios de crença, valores e formação pessoal de cada um. Nos é passada a lição de que devemos crer naquilo que faz sentido, em tudo que é lógico e racional. Crer que somos um país democrático legítimo, faz parte de uma lição que nos foi ensinada a partir da queda do regime militar em 1985 com o movimento pelas diretas já. Atualmente, acreditar que democracia é sinônimo de autoritarismo, que ela se sustenta pela autocracia, e que para mantê-la devemos semear o ódio contra as instituições federais e acalentar o negacionismo como fonte de argumentação legítima, é a mesma coisa de crer que a Operação Lava Jato foi uma farsa e que o ex-presidente Lula é inocente de todas as acusações. Crer ou não crer, eis a lição que devemos ter como fonte de julgamento para formarmos uma sociedade justa e igualitária.
Os dois lados da mesma moeda por Flávio Lopes Barbosa