A dismorfia corporal, problema causado pela percepção distorcida que a pessoa tem do próprio corpo, tem ganhado espaço atualmente, com a ascensão cada vez mais frequente das redes sociais. A forma como algumas redes sociais foram configuradas, principalmente se tratando da mais famosa, o Facebook, induz os usuários, tanto os homens, quanto as mulheres, a irem em busca da imagem perfeita. A utilização dos filtros de vídeos e dos efeitos especiais contidos nos aplicativos, ajuda a acalentar a falsa ilusão da beleza real, aumentando o campo imaginário e consequentemente fugindo mais ainda da pura realidade. Vivendo esse contexto social vago, sem consistência e muito frágil, a pessoa acaba percebendo com o tempo, que sua beleza, que no começo parecia real, não passa de uma simples ilusão. Através desse discernimento a respeito de si e de seu corpo, que antes era considerado perfeito, a pessoa experimenta um estado deprimido devido à decepção com a autoimagem, e corre o risco de desenvolver a dismorfia corporal. A nossa percepção é a força motriz do nosso desenvolvimento social e pessoal, ela é responsável pela maneira como enxergamos o mundo e também pela nossa capacidade indutiva e dedutiva em presumir como as pessoas nos enxergam. Se a percepção estiver distorcida, logicamente que as nossas relações também estarão. O ajuste da percepção começa com a autocrítica daquilo que vemos e percebemos, principalmente quando o alvo da percepção se refere a nós mesmos. O processo perceptivo é estranhamente diferente para todas as pessoas, porque as pessoas são diferentes umas das outras, cada ser humano tem a sua individualidade formada conforme a construção da sua personalidade. Na antiguidade, principalmente na antiga Grécia, a humanidade tentou estipular um padrão de beleza masculino e feminino, representado através dos deuses gregos, Apolo e Afrodite. Com o passar do tempo, através da psicanálise, esse padrão de beleza exterior que antes era utilizado pelos antigos gregos, foi substituído pelos gostos e preferências pessoais. O afastamento das redes sociais e a aproximação presencial com as pessoas, ajuda no combate a dismorfia corporal e alinha a nossa percepção para um mundo fora da tela do computador.

Os dois lados da mesma moeda por Flávio Lopes Barbosa

By Flávio Lopes Barbosa

Flávio Lopes Barbosa é escritor, psicólogo, professor e diretor do portal o menestrel. Nasceu em São Paulo – Capital onde reside atualmente. Formado em psicologia clínica pela Universidade São Marcos, tem formação em letras pela Universidade Nove de Julho, lato sensu em tradutor e interprete da língua inglesa pela Universidade Nove de Julho, lato sensu em psicologia do trânsito pelo Centro Universitário Celso Lisboa, curso de psicanálise infantil pela Universidade Federal de São Paulo e especialização em dependência química. Lecionou durante anos como professor universitário na Universidade Nove de Julho. Iniciou sua carreira como escritor se dedicando a uma escrita técnica e científica. Atualmente trabalha como psicólogo do trânsito junto ao Detran SP e escreve contos de terror psicológico. Possui nove livros publicados, gosta de abordar temas polêmicos e críticos em seus artigos, normalmente voltados para área pessoal e social.

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