No voo leve de uma folha que cai,
Vejo o tempo que não mais se atrai.
Brincadeiras de rua, riso sem fim,
Ecoam na memória, um doce jardim.
Por que as coisas mudam, pergunto ao vento,
Que leva consigo meu doce lamento.
A casa da avó, refúgio e calor,
Agora silêncio, restou só amor.
Desenhos animados, heróis a brilhar,
Em tela de nuvens, a imaginar.
Mas o tempo é senhor, não espera, não,
Transforma o tudo em recordação.
Amigos de outrora, onde estarão?
Nas curvas da vida, ou na palma da mão?
Saudade aperta, quer voltar a ser,
Criança sorrindo, sem nada temer.
Mas crescer é lei, não há como fugir,
E com ela aprendemos a nos redescobrir.
Por que as coisas mudam, é mistério sem fim,
Mas em cada mudança, renasce um jardim.
Então, sorria para o passado, abrace o agora,
Pois cada momento, logo vai embora.
E na nostalgia, um novo caminho,
Plantando esperança, com carinho.
José de Sousa Magalhães