Na cidade pequena, tua partida ecoou
Sem olhares ao passado, rumo ao horizonte distante
Eu, entre livros e bandejas, temia o amor
Indagava sobre sua efemeridade, seu manto inconstante
Num sofá, silenciosos, ecoou minha pergunta:
“Podes crer nisso?”
E então, na quietude, vislumbrei a resposta:
Sim, sim, agora vejo claramente o destino
Lembras da água tranquila, nossa cumplicidade?
Teu abraço, um refúgio, transformou-me por inteiro
Da cautela à ousadia, me lançaste à eternidade
Sob teu cuidado, floresci como um raio de sol primeiro
Cedo, já reinávamos unidos, duas almas em sintonia
Uma gaveta com nossos segredos, guardados em teu lar
Juraste não repetir o passado, guiar-nos à harmonia
Mas no labirinto da vida, às vezes, nos vemos a procurar
Recordas o brilho urbano nas águas serenas?
Foi quando, pela primeira vez, acreditei em mim
Da incerteza, nasceu a confiança, em ti, apenas
Sob teu olhar, descobri que amar é um eterno sim.