Em um mundo de sombras, eu caminho só,
Carregando o fardo, o eterno nó.
Meus passos ecoam em ruas vazias,
Sinto o peso de todas as agonias.
Vejo rostos tristes em cada esquina,
Cada lágrima que cai, a dor me alucina.
O sol que brilha não toca minha pele,
Como se meu corpo estivesse em peleja cruel.
A brisa que passa não traz alívio,
Só me lembra o quanto me sinto cativo.
Olho ao redor e só vejo tristeza,
A culpa me persegue com rara destreza.
O canto dos pássaros parece um lamento,
Cada nota uma lembrança, um tormento.
As flores que desabrocham no jardim,
Murcham à minha vista, um triste fim.
Sinto que os sorrisos me evitam,
Como se minha presença as vidas limitam.
Nos olhos dos outros, vejo a acusação,
Um reflexo sombrio da minha desolação.
Cada palavra dita ressoa vazia,
Como se a minha voz fosse uma heresia.
Os rios correm mas não me acalmam,
Cada onda uma memória que me desarma.
O céu azul parece desbotado,
Pelo fardo dos erros que tenho carregado.
A lua que ilumina a noite escura,
Testemunha o meu ser, em constante tortura.
Em cada silêncio, ouço meu grito mudo,
Um eco persistente do que não compreendo tudo.
Na chuva que cai, sinto cada gota,
Como se o céu chorasse minha derrota.
Os muros ao redor me cercam e apertam,
Sinto-me prisioneiro de erros que me alertam.
O reflexo no espelho me olha com pesar,
Uma sombra de culpa que insiste em ficar.
Mesmo no brilho da aurora que surge,
Vejo a escuridão que dentro de mim urge.