Em meio ao silêncio, onde a mente vaga,
Encontro portas que a alma estraga.
Cada uma, um trauma, um pesar profundo,
Reflexos sombrios de meu próprio mundo.
A primeira porta, um quarto escuro e frio,
Onde a solidão faz seu sombrio trilho.
Um eco vazio, sem fim, sem norte,
Recorda-me da infância e de sua triste sorte.
A segunda porta, um som de vidro quebrado,
Um amor perdido, coração despedaçado.
Ecoam promessas que o vento levou,
No espaço vazio onde o afeto se esvaiu.
A terceira porta, o peso da responsabilidade,
Família e trabalho, uma constante ansiedade.
O fardo do dever, sempre tão pesado,
Nas costas, um peso nunca aliviado.
A quarta porta, sombras da traição,
Amigos falsos, dor da decepção.
Confiança quebrada, um laço desfeito,
No peito, a mágoa que jamais tem jeito.
A quinta porta, o medo da mudança,
O desconhecido, a perda da esperança.
O futuro incerto, o passo hesitante,
No peito, a angústia de um ser vacilante.
A sexta porta, a voz da crítica feroz,
Julgo-me a mim mesmo, sou meu algoz.
As falhas, os erros, em eco constante,
Refletem um homem que sofre, cambaleante.
Desperto então, do sonho, do tormento,
Vejo que as portas são só meu lamento.
Cada trauma, uma lição a enfrentar,
Para que, um dia, eu possa me libertar.